O que é Psicodrama?
- rosasilvestreconst
- 11 de fev. de 2021
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O Psicodrama foi criado por Jacob Levy Moreno, médico psiquiatra revolucionário e vanguardista. Residia em Viena, mas em 1925 foi para os Estados Unidos viver suas ideias e consolidar o “Psicodrama”, vindo a falecer em 1976.
Viveu numa época de grandes mudanças em todas as áreas do conhecimento humano: Freud, Husserl, Bergson, Kierkegaard, Montessori, Durkein, Burber, Fleming, Stanislavisk, Sartre, Kurt Lewin, dentre outros.
Ele se auto intitulava um existencialista heroico–“a existência precede a essência” – o homem não está isolado: sempre um “existir - agir - e ser no mundo”.
Era considerado vanguardista intuitivo e polêmico, primeiro porque num mundo desesperançado e pessimista, ele vem trazer uma postura de sermos cocriadores da realidade, uma postura de otimismo e de alegria.
Como no hassidismo, acreditava que tudo é unidade, que não existe dualidade. Defendia o holismo, que o todo está nas partes e as partes contém o todo. Acreditava na bondade da natureza humana, e que todos somos deuses, carregamos a centelha divina, basta usar da espontaneidade e criatividade e a urgência do momento, do aqui e agora.
Para Moreno, o homem existe em relação no desenvolvimento do indivíduo, no grupo e através do grupo. Substituiu o postulado: “O primeiro é o verbo”, para “O primeiro é o grupo”. Parte do princípio de que todas as pessoas vivem em grupos (escolas, família, trabalho), e se relacionam através de vínculos que se conectam através de papéis.
Moreno deixa 3 ideias importantes:
1) a pessoa é mais importante do que aquilo que produz, o criador é mais importante que sua criação.
2) a representação da técnica "inversão de papéis" (usada por Sócrates): para entrar no mundo de alguém temos que trocar de lugar num sentido bem literal.
3) a primazia do "encontro", através da ação e do grupo e resultado da relação télica.
Declara guerra contra a “conserva cultural”, a robotização e automatização do homem.
Considera como fantasmas aqueles construtores do conforto e civilização, porém, podem ser vencidos de um modo muito simples, através do homem espontâneo/criador.
Substitui a lei da sobrevivência do mais apto de Darvwin pela lei da sobrevivência do criador. Denomina esta guerra de Revolução Criadora. São suas palavras: “Quando descobri reduzida a cinzas a orgulhosa casa do Homem, na qual havia trabalhado durante cerca de dez mil anos para conferir-lhe a solidez e o esplendor da civilização ocidental, o único resíduo que detectei em meio às ruínas, prenhe de promessas, foi o ‘espontâneo-criativo`.” (Moreno, 1984, p.17)
Moreno foi um grande vanguardista, priorizava o grupo e as relações, mas essa mentalidade aberta e moderna foi associada a uma linguagem poética e mística, que o levou a mal-entendidos pelos estudiosos da época.
Ele abriu as portas da psiquiatria para a alegria, foi pioneiro na abertura dos sanatórios e pioneiro na terapia familiar sistêmica, com o seu famoso caso “Bárbara e George”.
Moreno é considerado o pai da terapia de ação, provocou uma revolução na psicoterapia e afirma que "o psicodrama está para a psicologia, assim como a cirurgia está para a medicina". Pede para colocar as seguintes palavras na sua sepultura: "aqui jaz um homem que abriu as portas da psiquiatria à alegria".
O que significa Psicodrama?
Psicodrama significa “psiquê em ação”, segundo conceito de Moreno, “é uma ciência que explora a verdade por métodos dramáticos” (Moreno, 1987, p.61)
Fundamenta-se no tripé: Teatro, Psicologia e Sociologia.
As principais contribuições do Psicodrama foram:
1- investigação da espontaneidade.
2- mudança de métodos verbais para métodos de ação.
3- mudança de métodos psicológicos individuais para métodos de grupo.
Moreno elaborou o Psicodrama por meio de um processo gradual de descoberta. Viveu o que expressava e fez da sua vida terapia e teoria.
Descobriu que o homem é o ator no teatro de sua própria vida, pode reconhecer seus conflitos e reelaborá-los, através dos insigths obtidos durante as sessões psicodramáticas.
Psicodrama é um encontro privilegiado de pessoas, não se assiste, se faz, é fenomenológico, trata o aqui e a gora.. É uma procura da verdade, a sua e a do outro, por um grupo que discute livremente seus problemas, questionando e assistindo seu próprio questionamento. Usa o não-verbal, o gesto, o corpo, a troca e o encontro.
Libera inibições, dificuldades, traumatismos passados, opera uma catarse pela representação dramática de seus conflitos. A catarse é uma purificação e uma liberação.
Rosa Silvestre – Psicodramatista, Consteladora e ThetaHealer







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