Devaneios de uma buscadora!

Ela era uma flor de rara beleza, comunicativa, sensível e inteligente, mas tinha uma coisa que a paralisava, era o olhar crítico e ameaçador do masculino.

Havia constelado várias vezes e o que se revelava era um desiquilíbrio entre o feminino/ masculino e uma criança ferida. Qual era a verdadeira origem? Ainda não descobrira.

Olhou para os porões antigos de suas recordações infantis e não encontrou. Lembrou de uma frase “Criança é a última que fala e a primeira que apanha”.

Nunca apanhou, teve uma infância tranquila, mas introjetou que criança e mulher eram mesmo assim.

Sem ter vez nem voz foi dando seus passos num só descompasso. Uma menina boazinha que escondia as maldades e as feiuras. Queria salvar o mundo.

Onde aprendeu a se calar? Não sabia, mas percebia que as mordaças vinham de dentro, o outro não tinha nada a ver.

Uma vez deitada numa maca, numa terapia Tise, percebeu a desconexão com o seu feminino e a submissão ao masculino equivocado.

Descobriu e confirmou que as amarras estavam dentro dela. A pior opressão é aquela que vem do interior de si mesma.

Agora ela disse basta, basta de se deixar capturar, ninguém é vítima, agora é tomar responsabilidade. Tudo foi como foi, agora é o aprendizado vital.

Hoje ela agradece ao que foi para enterrar numa vala bem funda toda a sensação, mágoa e desesperança, cobrir com terra e aguardar a grama florescer, um aprendizado sistêmico.

O que passou, passou e ela enxerga o quanto as perdas foram enormes. Mas tudo era leite derramado, agora é hora de se reinventar, surgir das cinzas como uma fênix, uma nova mulher.

Agora ela permite surgir o mal do bem, a tristeza da alegria, a noite do dia, a feiura da beleza, estava tudo certo.

Reconheceu as finitudes, os paradoxos e as incertezas e se rendia a tudo isso.

Apenas uma caminhante a caminhar, incluía os excluídos, os vivos e os mortos, os acertos e os desacertos, as injustiças e as justiças.

Hoje ela é uma mulher que olha para presente e para o futuro, para um tempo curto de vida terrena, mas ainda um tempo cheio de infinitas possibilidades.

Rosa Silvestre – Consteladora e ThetaHealer (16)997147206